Caro visitante,
Os tumores neuroendócrinos e doenças da adrenal são as minhas áreas de pesquisa e doutorado que faço na USP-SP. Por isso, eu gostaria de escrever um pouco sobre elas. As doenças adrenais afetam inúmeras vidas em todo o mundo. Essas doenças, quer se manifestem como o hiperaldosteronismo primário, a insuficiência adrenal, síndrome de Cushing ou tumores adrenais, têm um impacto significativo na vida dos pacientes.
Em primeiro lugar, vamos explorar o papel vital das glândulas supra-renais em nossos corpos. Situadas logo acima dos nossos rins, essas glândulas pequenas, mas poderosas, são responsáveis pela produção de hormônios essenciais que regulam inúmeras funções corporais. O córtex adrenal produz cortisol, um hormônio vital para o metabolismo, resposta ao estresse e função do sistema imunológico. Também produz aldosterona, que ajuda a manter o equilíbrio de fluidos e a pressão sanguínea. Por outro lado, a medula adrenal secreta adrenalina, que desempenha um papel crucial na resposta do corpo ao estresse.
As doenças adrenais vêm em diferentes formas, cada uma com seu próprio conjunto de desafios. Uma dessas condições é a insuficiência adrenal, muitas vezes referida como doença de Addison. Ocorre quando as glândulas supra-renais não produzem cortisol suficiente e, às vezes, aldosterona insuficiente. Os sintomas de insuficiência adrenal podem incluir fadiga, perda de peso, pressão arterial baixa, desequilíbrio eletrolítico e descoloração da pele. No entanto, com diagnóstico e tratamento adequados, os pacientes podem levar uma vida plena por meio da terapia de reposição hormonal.
A síndrome de Cushing, outra doença adrenal, é causada por níveis excessivos de cortisol no organismo. Essa condição pode ser resultado do uso prolongado de medicamentos corticosteroides ou devido a um tumor nas glândulas supra-renais ou na hipófise. Os sintomas da síndrome de Cushing incluem ganho de peso, fraqueza muscular, pressão alta, alterações de humor e mudanças na aparência, como rosto arredondado e estrias. As opções de tratamento podem incluir cirurgia, radiação ou medicação, dependendo da causa subjacente.
Os tumores adrenais, benignos e malignos, apresentam outro conjunto de desafios. Esses tumores podem ser funcionais, ou seja, produzem hormônios em excesso, ou não funcionais, causando sintomas devido ao seu tamanho ou potencial de disseminação. Embora alguns tumores adrenais possam ser controlados por meio de monitoramento cuidadoso, outros podem exigir cirurgia ou outros tratamentos especializados para removê-los ou reduzi-los.
Por mais assustadoras que essas condições possam parecer, é importante lembrar que a ciência médica continua avançando, oferecendo esperança a pacientes em todo o mundo. Pesquisadores e profissionais de saúde estão trabalhando incansavelmente para melhorar as ferramentas de diagnóstico, as opções de tratamento e a compreensão geral das doenças adrenais. Com pesquisas contínuas, estamos nos esforçando para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Em conclusão, se você ou alguém que você conhece está lidando com uma doença adrenal, eu o encorajo a procurar aconselhamento médico, apoio e educação. E lembre-se de que você não está sozinho e que existe uma comunidade de pacientes e cuidadores que podem oferecer apoio, empatia e informações valiosas.
Obrigado.
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Dr. Gustavo Fagundes Médico formado em Clínica Médica e Endocrinologia pela USP. CRM-SP 171.019/ RQE 83613